Talitalitola

Acredito que desde cedo comecei a ter uma imaginação que ia muito além do que podiam imaginar. Lembro-me mais ou menos quando estava na Terceira série, eu não sei de onde surgiam na minha mente histórias que nem eu era capaz de acreditar. Nunca fui de mentir, mas sim de sonhar. Nossa.... como eu já sonhava desde criança. Era uma coisa que falava muito mais do que eu mesma. Claro que não posso esquecer de falar da amiga imaginária (ainda levo-a comigo até hoje, guardem segredo). Eu tenho certeza que muita gente fala sozinho consigo mesmo, ou finge que é um hábito de expressar as coisas que estam ali na mente no momento, mas você já parou alguma vez para se perguntar se essas pessoas, assim como eu não estam falando com o outro Eu delas? As coisas que me recordo de criança neste momento:

Mas uma das coisas mais importantes que eu não me esqueço, foi quando eu realmente tive minha primeira alucinação, meu primeiro devaneio, assim eu creio. Não me lembro bem qual era a minha idade, mas acho que ainda não tinha chegado na casa dos 10. Eu só sei que eu queria voar. Mas voar mesmo de verdade... com ou sem asas, o importante mesmo era voar, estar no céu. Foi então um dia, eu tomei coragem, pensei em várias possibillidades, mas não encontrava maneira, afinal, eu era criança e não tinha força ou sabedoria sequer para poder por em prática a prática do voo. Num dia, saímos de carro. Meu pai dirigindo, meus irmãos atrás e eu fui no banco da frente. Ahhh o dia estava maravilhoso, sabe quando você sente aquele vento gostoso esfriando o seu rosto e brincando com seus cabelos? Dá aquela vontade de enfiar a cabeça para fora, igual os cães fazem...entendem?? Bom.. eu senti um extase e adivinha o que veio em minha mente?! Sim, isso mesmo o plano de voar! Pois foi assim que me imaginei, voando. Resolvi então perceber a velocidade do carro, foi quando meu pai acelerou mais e já estavamos próximos de casa, adivinhem? Eu abri a porta do carro em movimento achando que o carro poderia voar! É. É uma loucura mesmo. Eu sei, eu podia ter me matado, levei vários chingões, e fiquei assustada em ver o desespero de meu pai querendo fechar a porta. Do sonho nos céus, ao pés sem chão. Fiquei só ali escutando todos eles me chamando atenção, me pergutando aonde estava com a cabeça para fazer o que fiz. E a primeira lágrima rolou meu rosto abaixo. Minha primeira descoberta.... Meu pai sempre foi muito atencioso, parou em minha frente e perguntou: - Filha o que aconteceu? Fala para mim, o susto ja passou. Foi aí que eu disse: EU QUERO VOAR!