Talitalitola

Como meu adorável médico disse: ESTOU NA MINHA FASE OUTONO. Onde tudo na minha vida cai. Onde o que sobra é jogado ao vento junto com a folhagem. Onde minha energia é totalmente esgotada e simplesmente seca como os galhos das árvores. Olho ao meu redor e não me conformo com o efeito da natureza, mas me conforto. Ao mesmo tempo tão lindo, e tão triste. Porque afinal, aquela árvore deu bons frutos e a sua folhagem era a mais bonita que podia se encontrar. Mas ela passa por esse processo todo. Muitas das vezes acreditamos que não iremos passar por um processo tão lindo e triste como esse. Chegou a minha vez, a minha fase outono. Onde deixo tudo aquilo que me atrapalhou na primavera e verão ir embora. Jogo tudo fora a podridão que havia grudado em minha folhagem, mas o ciclo é doloroso, sofro, tenho dor, me machuco, choro, fico desestruturada, enlouquecida, sem saída, tenho ira, fico perturbadora, fico mal, ajo mal, penso mal, faço o mal, porque não também fazer o mal? fico feia, maltratada, seca, fria, sem graça ou até com graça. Me guardo, me esquivo no inverno, e acompanho quietamente cada passo, cada ciclo, cada etapa de renovação, sugo energia, assusto e irrito. De árvore torno-me vulcão. E quando eu explodir, serei justa com todos, porque a natureza sempre dá aquilo que cada um merece ter. E minha lava devasta alguns, mas abre caminhos para outros. Aduba o que era imprestável, e mesmo matando o que não fazia bem, dá oportunidade para se renovar, de querer crescer e ser transformar em algo grandioso. Se todas as folhas caídas no Outono pudessem traduzir o quão devastada estou, não seria causadora de ter acordado o Vulcao Ira que há dentro de mim. De uma coisa eu tenho certeza! ÁRVORES VÃO PARA A UNIVERSIDADE NA PRIMAVERA!